segunda-feira, dezembro 01, 2008

Aquilo que nos corrói

Ouvi meu nome e me virei. De dentro do carro, que atrapalhava sem culpa o fluxo de automóveis na principal avenida, me acenou a mão que anos antes me procurava como se minha obrigação fosse oferecer. Três passos e meu rosto veio ao chão, junto com a confiança e palavras trancadas num lugar entre os pulmões e a garganta. Então, não precisava mais andar, procurar ou desconversar: descobri que se pode, sim, acabar com o dia de alguém com simplesmente um olhar, e pude finalmente equiparar meu sentimento ao daquelas garotas que mudam todas suas vidas porque não sabem mais encontrar aquilo que lhes foi tirado.
Em cinco minutos disse mentalmente anos de silêncio e frustração. Tu sabias que eu não iria me permitir, não sabias? Tu sabias que eu sempre te julgaria muito aquém da tua capacidade de me atrofiar emocionalmente.
Eu ainda tendo a te perdoar e te considerar inocente. Enquanto isso, repudio qualquer coisa que se pareça com você e se mostre amigável. Vendo teu rosto eu entendo porque raramente consigo me entender.
Valeu, aí. Só queria que você sentisse o que eu sinto pelo menos uma vez.
*semelhanças com a realidade são coincidências. O que for igual, é causal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por mil demônios...
Pratos limpos são sempre bem vindos, após tempestades.