É difícil manter o corpo e a mente no mesmo lugar.
O passado cria limo, e tornar àlgum lugar que não é mais nosso faz escorregar e segurar em quebradiços cipós.
Reluto a encontrar o lugar onde eu me encaixe: parece que sempre que vou embora consigo ver que não, aquilo não era pra mim.
Não entro mais nas roupas que cabia, não cantarolo Alegria e não me vejo onde se não longe. Vínculo é uma palavra difícil de definir quando não se sabe o que fazer com ele.
A contradição se traduz na própria sorte, mas o que dizer do Natal quando não se come peru, as crianças não correm e a música é russa? Parece uma espera pelo próximo ano, pelas canções esperançosas, pela maravilhosa pessoa que seremos. Andar para frente. Sorrir de lado a lado. Deixar para trás. Apontar direções com palavras, como se as vogais fossem flechas.
O esôfago pode se romper e contaminar os órgãos. Portanto, não contenha o vômito. Mesmo se for de emoções.
"A primavera está cinza mas acredito que dentro de dez dias os pessegueiros trarão a alegria adocicada que esperamos. Os rastros do outono resumem-se na melancolia dos sorrisos, de forma que será difícil um sorriso caloroso, então acostumo-me a perguntas tendenciosas com hálito de guacamole."
quarta-feira, outubro 22, 2008
O que escrever num cartão postal
Regurgitado por Cá às 21:52
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2 comentários:
A contradição é que sempre estaremos nesta posição passiva de espera para agir conforme a pessoa evoluída que tentamos ser.
Eu, pelo menos, sempre sinto a sensação fria e palpável que eu não sou daqui nem de lugar nenhum. Nem sinto nenhum apelo ou vínculo com tradição alguma que me faça parte de algo. Sei lá.
eu te amo.
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