segunda-feira, abril 14, 2008

Cala a boca, deita aqui e dorme

Ultrapassa a derme. A carne. A corrente sangüínea.

Não enxergou as flores que eu coloquei num vaso bem bonito e colorido no alto da geladeira.

Não comeu o bolo que eu fiz nem leu a carta que escrevi, em meio ao fracasso e dor de não ser quem não sou.

Fez sexo consigo mesmo e esqueceu que eu estava ali; juntou as coisas todas numa frase só e disse sem repetir:

-Vá se foder.

O asco decorrente uniu-se ao suco gástrico e vomitei tudo de uma vez só.. A intolerância, incompreensão e desejo incomensurável de que tudo fosse diferente.

-Tudo o quê? [e mais uma vez o desprezo e a inconseqüência daquela boca que poderia ser minha]

Nada. Nada. Nada faz sentido, hoje. Ia comprar Nietzsche na feira, mas o vendedor disse que minha aura niilista era auto-suficiente.

4 comentários:

Anna Clara disse...

niilismo é o caralho.

Elian Woidello, disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elian Woidello, disse...

De repente agente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa, bela e ingênua que vai ficando caminho.....

wendell penedo disse...

E tudo começou nas flores. Pois digo que se fosse diferente, doeria igual.