Acho que ele nunca existiu.
quinta-feira, abril 24, 2008
segunda-feira, abril 14, 2008
Cala a boca, deita aqui e dorme
Ultrapassa a derme. A carne. A corrente sangüínea.
Não enxergou as flores que eu coloquei num vaso bem bonito e colorido no alto da geladeira.
Não comeu o bolo que eu fiz nem leu a carta que escrevi, em meio ao fracasso e dor de não ser quem não sou.
Fez sexo consigo mesmo e esqueceu que eu estava ali; juntou as coisas todas numa frase só e disse sem repetir:
-Vá se foder.
O asco decorrente uniu-se ao suco gástrico e vomitei tudo de uma vez só.. A intolerância, incompreensão e desejo incomensurável de que tudo fosse diferente.
-Tudo o quê? [e mais uma vez o desprezo e a inconseqüência daquela boca que poderia ser minha]
Nada. Nada. Nada faz sentido, hoje. Ia comprar Nietzsche na feira, mas o vendedor disse que minha aura niilista era auto-suficiente.
Regurgitado por Cá às 09:28 4 comentários
Dos que voltam, pelos que ficam
Que a imagem que
toca a tua retina não
se inverta
assim te chega ao córtex
visual
a real imagem
de como
me deixou.
Regurgitado por Cá às 09:27 0 comentários
sexta-feira, abril 11, 2008
Me sinto invadida!
8:00, quem liga pra alguém às 8:00?
Louco, psicopata ou estrangeiro.
"-Alô. (essa sou eu)
-Oi, quem é?
-Carolina.
-Quem?
-Quem tá falando?
-Quem é?
-Quem tá ligando???
-Qual teu nome?
-Carolina.
-É de Paranaguá?
-Não. Curitiba. DDD 41.(¬¬)
-Tá fazendo o que aí?
-Eu moro aqui.
-Ah, eu estava ligando pra outra pessoa..
-Jura?
-Mas foi bom, encontrei uma voz muito sexy.
-... ..????!??!?!??!
-Você tem uma voz sexy, sabia?
-Rá rá.
-Não quer se encontrar comigo?
-(WTF?)Não sou louca e já tomei café da manhã, obrigada.
-..
-Rá."
Agora, quem me explica o que fazer com esse humor ácido que ficou?
Regurgitado por Cá às 09:05 3 comentários
quarta-feira, abril 09, 2008
Das receitas de bolo
Mas é que ninguém se atrai por quem pega as coisas semi-prontas e só adiciona ovos, farinha e água! O desafio, cadê? O desafio é fazer aquela papa grudenta ter uma consistência digerível e atraente.
Depois de esforços minimalistas, adicionando aveia, farinha integral, linhaça e muito, muito amor, percebi que se os fabricantes quisessem aguçar nossa percepção culinária não fabricariam essas coisas semi-prontas. E também tornou-se claro que todos os meus ingredientes iriam se dissolver, tamanha a quantidade de amor radioativo que eles colocam naquelas fórmulas.
Numa fuga rápida, espetei o palito, como indicava no rótulo, para saber se estava pronto. Esperei 10 minutos e nada. 20 minutos, e tudo continuou igual. Duvidei da veracidade das informações do contra-rótulo, abri a porta do fogão e lá estava ele, o palito, como eu o tinha colocado!
[Acho que estão tentando me enganar. ]
Li as informações novamente, e era bem claro:
[Nada mais delicioso do que adiar o prazer. ]
Acordei 15 minutos antes, para degustá-lo melhor.
Uma fatia generosa. 15 minutos para engoli-la.
Foi o que imaginei:
Incomível.
Nada como sentir na pele a ilusão desmitificada das coisas semi-prontas e comidas congeladas.
Deixei um bilhete carinhoso, e fui trabalhar.
"Bom dia! O bolo está estranhoestranhoestranho estranhoestranho. Tome cuidado."
Regurgitado por Cá às 10:14 2 comentários