a carne ofende a raça
a raça não tem mais nome.
O fim não tem mais ponto
a guerra não tem mais como
e o menino
virou homem.
Por estatística,
já cresceu.
Na metafísica,
desfaleceu.
A roupa que cobre:
tênue linha entre desespero
e a ilusão de viver.
Ser humano virou meio,
Metade mesmo-
quando descobriu a bomba
a cocaína
e as palavras usadas
como lanças envenenadas na ponta.
O movimento ameaça, mas, veja:
é só um menino
E o menino queria ser gente.
Atravessou a rua,
pisou na lua,
pisou na lua,
chorou a inexprimível dor
e no canto escuro deitou-se
até secar
oxidar.
Fez-se esperar algumas horas.
O resto
era silêncio
e história.
Porque a dor da guerra me queima o estômago.
3 comentários:
por que a dor das tuas palavras me deixa com a boca amarga.
o teu cinza é mais bonito do que o meu Cá.
foi rápido o suficiente? :)
Tudo isso pra suportar a vida.
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